Que estresse...Sinto-me estressado...Levo uma vida estressante... Constantemente ouvimos estas frases nas conversas diárias quando alguém se refere àquele cansaço, aquela ansiedade e depressão que acontecem mais cedo ou mais tarde a todas as pessoas envolvidas com a família, o trabalho ou com as preocupações sociais e financeiras. Constatamos também que o stress é o responsável por grande parte das mortes causadas por doenças cardiovasculares, problemas pulmonares e suicídios.
A palavra estresse ou stress, deriva do latim, língua dos antigos romanos que significava ‘ “aflição” ou “adversidade”. Em 1800, aproximadamente, seu significado evoluiu para “pressão” ou “esforço”. Então fica mais fácil entender porque algum estresse é sempre benéfico ao nosso organismo. Todos nós precisamos de alguma pressão ou esforço para funcionar em meio às diversas situações da vida. Mas, afinal, o que é o stress?
O estresse é a resposta do organismo a qualquer estímulo físico, químico, mental ou emocional. Ficar contente com uma promoção, triste com o término de um relacionamento amoroso ou perda do emprego, ansioso ao iniciar uma dieta, sofrer um assalto, um acidente, enfrentar um desafio ou um perigo são situações que provocam reações químicas no corpo. Isso não é um privilégio da vida moderna, só que no mundo globalizado e competitivo em que vivemos atualmente, nós estamos rodeados por estímulos provocantes de estresse.
Quando ocorre o estresse, o organismo sofre uma descarga hormonal e se prepara para uma ação, da mesma forma que acontecia com um caçador na pré-história. Nessas ocasiões, os batimentos cardíacos ficam mais rápidos (taquicardia), a respiração acelera, a pressão arterial sobe, os brônquios se dilatam para que o sangue circule mais rapidamente e vá oxigenar mais os tecidos. Mas não é só isso: o baço se contrai para que possa enviar mais glóbulos vermelhos ao sangue; o fígado libera mais glicose na corrente sanguínea para fornecer mais energia aos músculos e ao cérebro; as pupilas se dilatam, aumentando assim o nosso campo visual; e no sangue cresce o número de glóbulos brancos (linfócitos), que tem a função de reparar os danos físicos e agir na defesa contra agentes agressivos como vírus e bactérias. Apesar disso, o estresse nem sempre é ruim para o organismo.
Como foi dito anteriormente, algum tipo de estresse é sempre necessário e benéfico para o corpo, pois nos prepara para uma defesa. O problema é quando o nosso organismo dispara as reações por um longo tempo ou a somatória destas reações sem tempo adequado para que o nosso organismo se reorganize. Assim, em vez de melhorar a performance, o que ocorre é uma queda em todas as funções orgânicas, provocando uma intensa diminuição da resistência a doenças e o sistema entra em crise, perdendo reservas de energia e de tecido muscular. Há também um enfraquecimento geral que pode levar a morte. Se não houver interrupção do estresse, todo o organismo pode entrar em falência - fase de esgotamento do estresse, fadiga orgânica ou distress. Essa situação piora quando se faz uso de álcool, tabaco ou outras drogas, na tentativa de relaxar. Cerca de 45% dos adultos no mundo sofrem os efeitos negativos do estresse na saúde.
Da mesma forma que muitas são as causas do stress, muito também são os sintomas: desânimo e desatenção, insônia e exaustão, pressão alta (hipertensão) ou pressão muito baixa (hipotensão), falta de apetite ou excesso de apetite (compulsão), baixa da auto-estima, dor de cabeça, náuseas e vômitos, dores no peito, músculos e nas articulações, falta de vontade de fazer sexo – são alguns dos alertas de um corpo estressado.
Para evitar e controlar o estresse podemos – e devemos – tomar alguns cuidados e criar alguns hábitos como fazer as refeições em horas certas e em tranqüilidade, mantendo uma alimentação saudável, rica em frutas, legumes e frutas; fazer uma atividade física diária (pode ser uma caminhada de 30 min à 1 hora); reservar 1 a 2 horas diárias para lazer e dormir cerca de 8 horas diárias.
Atualmente, no mundo competitivo em que vivemos, é praticamente impossível seguir as todas as determinações acima, e por isso a procura por vários tranqüilizantes, ansiolíticos, antidepressivos, anti-stress, antitudo... vem aumentando acentuadamente e o risco de nos tornarmos dependentes – também.
Dentro deste panorama a hipnose e principalmente a auto-hipnose vem conquistando um lugar de maior relevância, ganhando destaque como um tratamento de vanguarda, sem contra-indicações e riscos de efeitos colaterais.
O auto-relaxamento pela auto-hipnose provoca no nosso organismo a liberação do chamado hormônio do prazer – endorfina – que vai contrabalancear com a descarga de adrenalina em nosso organismo provocada pelo estresse e com isto, provocar um grande equilíbrio em nosso organismo, além de ativar o nosso sistema imunológico.
Médico, formado em 1975 pela Faculdade de Medicina de Valença - hipniatra há 17 anos.